quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Estratégias de combate à malária do Acre representarão o Brasil em prêmio internacional

 
Visitas domiciliares fazem parte da estratégia do governo do Acre e
ajudam a explicar a expressiva redução de  casos da doença no Estado.
Foto: Angela Peres
Ser reconhecido internacionalmente por suas estratégias de combate à malária representando não só o estado, mas o país. Este é o desafio que o Acre recebe pelo segundo ano consecutivo na disputa pelo primeiro lugar na premiação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que deverá ocorrer até novembro. O anúncio foi feito na segunda-feira, 27, pela Opas ao Ministério da Saúde, que informou à secretária de Estado de Saúde, Suely Melo.

A boa notícia é reflexo da consolidação das medidas desencadeadas há seis anos para conter a endemia, que vitima milhões de pessoas em vários lugares do mundo e é característica de países tropicais, mas especialmente da redução gradativa da malária de forma especial na região mais atingida, o Vale do Juruá. Ali, as notificações em 2006, ano mais dramático, chegaram a 93 mil casos. Os principais municípios afetados, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, passaram a ser referenciados como o polo base de um trabalho de pesquisa e de ações parceiras entre o Estado, a Universidade Federal do Acre e a Fundação Osvaldo Cruz no combate à malária.
 
A pesquisadora Nildimar Honório, da Fundação Osvaldo Cruz, participou da 7ª Reunião Estadual de Avaliação das Ações de Controle da Malária, realizada no Acre em julho, e avalia como "de extrema eficácia" o uso das estratégias usadas no Acre no combate e controle da doença, além da valorização e ênfase em capacitação de técnicos e profissionais que atuam diretamente na região. “A experiência do Estado aproxima o trabalho científico dos saberes tradicionais”, disse.

Exemplo no Brasil para a testagem, tratamento e acompanhamento da malária, o Acre saiu das manchetes negativas e segue rumo ao reconhecimento das práticas que poderão servir de exemplo também para outros países. Trabalho em equipe, diagnóstico precoce, resultado rápido, acesso a tratamento na rede pública de saúde, envolvimento da comunidade, distribuição de mosquiteiros impregnados e visitas domiciliares. “Esse é o resultado de uma decisão política para o combate à doença e que continua como plano prioritário de gestão da Saúde. É um exemplo para todos nós”, explica a gerente do Departamento de Vigilância em Saúde, Izanelda Magalhães.

Em setembro, uma equipe da Opas chega ao Acre para produzir um videodocumentário sobre o trabalho desenvolvido no controle da malária. A organização ainda não informou quais serão os outros dois países que concorrerão com a experiência brasileira. Em 2011, o Acre conquistou o segundo lugar na premiação disputando com as práticas de Honduras e Nicarágua. Atualmente, as notificações dos casos de malária registradas mensalmente no Estado variam entre 920 e 1,2 mil. Em 2006, esse número era de 12 mil notificações por mês, em média.

Fonte: Agência Acre

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